Somos
seres humanos, e nossa maior capacidade como tal é ser criativo. É usar nossa
inteligencia para produzir coisas uteis para a nossa vida, ou coisas que
achamos que são uteis. Além de que, também temos um subjetivo, não somos só uma
massa, um pedaço de carne. Temos algo dentro da gente, o que você pode chamar
de alma ou de qualquer outra coisa, aqui chamarei de subjetivo.
Subjetivo
é tudo isso que nos forma como individuos únicos no mundo. É o acumulo de sentimentos
e conhecimentos que adquirimos durante a nossa vida. Cada contato com outro
ser, animado ou inanimado, de alguma forma altera nosso subjetivo, este estará
eternamente em construção.
A
forma mais pratica de demonstrarmos nossos sentimentos, o qual é um entrelaçado
entre hormonios produzidos pelo nosso corpo e uma explosão de lembraças, fatos
e experiencias gerados pelo nosso subjetivo, é através da arte. E a arte é algo
que o ser humano desenvolveu muito bem, durante seus seculos pisando na terra.
Faz
parte da arte a música. Este conjunto de sons que “voam” no ar e chegam aos
nossos ouvidos, e encantam-nos de tal forma que não entendemos, despertando os
mais variados tipos de sentimentos e lembranças. A arte está diretamente ligada
ao nosso subjetivo.
Porem,
o mundo possui bilhões de moradores. E seria muita ignorancia, e muito sem
graça, se todos esses bilhões de mentes pensantes gostassem de um estilo de
musica somente. Se fosse assim, o ser humano não teria inventado tantos ritmos
(e ainda inventa) para o deleite do resto do mundo.
Porem
é muito normal uma pessoa não gostar de um ritmo músical e preferir outro. Ou
gostar de varios, mas não curtir alguns especificos. Faz parte da formação do
subjetivo de cada individuo.
Pensando
assim, o qual muitos estudiosos concorda, seria muita ignorancia de alguem
querer introduzir um estilo musical a uma pessoa, sendo que aquele estilo não
dá nenhum prazer à quem não gosta, e não está conectado ao subjetivo desta
pessoa.
Porem,
coisa pior do que querer obrigar alguem a ouvir um estilo musical pode
acontecer. E retirar sentimentos do subjetivo do outro só por que este não
gosta de determinado estilo musical.
Estava
trocando mensagens por celular com uma amiga minha. Perguntas de praxi, como
“Como você esta?” ou “Esta fazendo o que?”. Em uma dessas perguntas ela me
disse que estava ouvindo pagode.
Comentei
com ela que não gostava de pagode. Ela me perguntou o por que e eu respondi
simplesmente dizendo que não gostava. A resposta dela foi instigante:
- Então
você não ama!
Isso
soou como um insulto. Fui desprovido de um sentimento humano, o qual todos
possuem,
pelo simples fato de não gostar de pagode.
-
Isso foi uma visão do subjetivo mais reducionista e infantil que já ouvi. –
Respondi a ela.
Não
gosto de pagode e tenho minhas razões, mas existem pagodes que se encaixam no
meu gosto músical, porem são poucos. Mas pelo fato de eu não gostar deste
estilo, ninguem pode vim me dizer que não sou humano, ou não sou humano
completamente humano, por não gostar dele.
Acredito
que o amor à algo se torna doença no momento em que os outros passam a ser
inferiores só por que não gostam da mesma coisa do sujeito que (já doente)
gosta.
Esse
é um erro que muitos humanos cometem, desde os primordios da humanidade. A
sensação de que seu gosto, sua cultura, seu eu e todos aqueles que fazem pacto
com ele, são melhores do que os outros. Então começa a “coisificação” do outro
sujeito.
Isso
é um sentimento, de pequena escala e de nada nocivo a pessoa ofendida, muito
comum no mundo. As xenofobias acontecem justamente por achar que a minha
cultura é melhor do que a do outro. Os conflitos beiram esse tipo de atitude
que minha amiga tomou.
Imagine
alguem com uma mente “atormetada” receber uma ofensa desse geito. É capaz de
gerar uma agressão física talvez. O que sabemos que isso não é improvavel, no
mundo em que estamos hoje onde qualquer coisa é motivo de briga.
Roqueiro
ama tanto quanto pagodeiro. E ninguem pode inferiorizar o outro só por que não
aceita o que gosto.
Espero
que se atentem a este fato. Afinal, vivemos em uma cidade onde possui um
diversificado gosto musica. Melody, pagode, reggae, rock, mpb, as festas daqui
estão sempre trazendo estes estilos e outros para nossos moradores. Todos tem espaço e devem respeitar o gosto
dos outros.
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