domingo, 25 de março de 2012

Um novo dia começa na cidade de Breves

Hoje acordei estranho, é como se eu tivesse mudado muito de um dia para o outro. Acordei como sempre faço, abrindo os olhos. Você pode estar sendo um desses idiotas que irão dizer “é claro que quando acordamos, abrimos os olhos”. Mas possuem gente que não, quando acordam, continuam de olhos fechados, escutando a vida passar.

Fiquei lá na escuridão do meu quarto, olhando para o nada e sentindo o vento do ventilador sendo jogado na minha cara. Estava curtindo o silencio que emanava no meu quarto. Porem, somente no meu quarto.

Enquanto em meu quarto o silencio se demonstrava soberano (não é o refrigerante), lá fora a vida gritava querendo chamar minha atenção. Gotas de chuva caiam ainda do céu (vai ter um idiota que vai dizer “Não! Chuva vinda da terra”), fazendo com que o clima fosse de “hoje não quero fazer porra nenhuma”. E não só eu sentia isso, mas creio que todos dessa cidade também sentiam essa vontade de ficar em casa.

Escutava o ronco do motor dos carros, das motos (que são muitas) e da mamãe no quarto ao lado. Fiquei também admirado com o grito das crianças indo à escola. Fico admirado com o interesse delas pelo aprendizado. Era frases como:

- A paca da tua mãe!

-Fala gostosa!

- Não vai ter aula! Obaaaaa!

Vocês não sabem o quanto é estimulante morar no lado de uma escola. Vê essa disposição das crianças (vale ressaltar que elas serão o futuro do nosso país) logo cedo para estudar dá uma vontade louca de levantar e começar a viver. Afinal, se estamos vivos é para viver né?

Realidade: As crianças adoram ir à escola… mas a ultima coisa que querem é estudar, e sim, falar da paca da mãe dos outros.

Mas, fiquei mais um tempo no meu quarto, segurando essa vontade que todo ser vivo sente… de cagar.

Não tava afim de levantar ainda. Não queria. Queria curtir mais um pouco aquela preguiça que o clima da cidade estava proporcionando para nós. É interessante como a natureza é perfeita, pena que somos idiotas o suficiente para não escutarmos ela.

Nós, seres humanos, tentamos controlar a natureza, mas no fim, sempre quebramos a cara e ela se mostra superior. Tsunamis, grandes furacões e tornados, terremotos. Quando a natureza mostra seu poder, ninguém consegue segura-la. É… ninguém consegue segura-la. Foi por isso que sai correndo para o banheiro.

Sentado no vaso sanitário, escutando a chuva cair lá fora e um frio na bunda, ainda sentia o sono pesar nos olhos. Ficava lá, quase dormindo, enquanto a merda saia.

Após terminar o serviço, eu tive que começar meu dia, afinal, a mesma natureza que me fez sentir preguiça para ficar deitado, me obrigou a levantar.

A água estava gelada, sentia ela como se fosse varias facas entrando no meu corpo a cada vez que jogava a água em mim (não tirei isso do filme Titanic). É horrível tomar banho assim, água gelada em dia de chuva, é torturante.

É engraçado como temos que nos virar para termos água, vivendo no meio da Amazônia. Meio irônico essa nossa realidade em Breves. Meu banheiro é cheio de baldes, para guardamos a água, a qual tem horário para vim e ir.

Para pessoas ferradas como eu, que não possuem poço artesiano, caixa d’água, motor, enfim. Temos que parar tudo que estamos fazendo para colocarmos a água nos baldes espalhados pela casa. Fico imaginando no dia em que eu me casar.

Por quê? Todos sabem que no inicio do casamento é o maior amor. O novo casal, rodeados de anjos e corações em volta, vive fazendo sexo em todo canto da casa. Quarto, sala, cozinha, casa do cachorro, todos os lugares são vitimas de um ataque de amor do novo casal.

É claro que comigo não seria diferente. Então fico imaginando a cena:

Em uma bela manha de domingo, um dia após o casamento, eu me acordo, feliz da vida por estar iniciando uma nova fase da minha vida com o meu grande amor. Ela está lá, na cama comigo, do meu lado. Sua pele é macia, seu cheiro é viciante. Tudo nela é perfeito.

Ela acorda radiante, me dá bom dia e mostra aquele sorriso encantador que me deixa paralisado. Beijo ela. Seu beijo é doce e me leva ao paraíso. Não agüento. Começo a tocá-la e ficamos excitados. Logo, estamos transando.

O sexo é tão bom e intenso, que ela chega ao ápice.

- Continua meu amor. To quase gozando (ela diz).

- É meu amor? Vou deixar você louca e fazer você gozar varias vezes. Mas espera um pouco ai. Vou dar uma pausa que tenho que encher os baldes de água ta?

Fico pensando se isso já aconteceu com alguém aqui em Breves? Dá até para chamarmos a COSANPA de empata foda. Se alguém conhece algum caso parecido, nos conte ta?

Realidade: Achar que um dia terei água potável na minha torneira é o mesmo que achar que um dia cagarei ouro e mijarei coca-cola.

Continuando…

Me arrumei e fui fazer meu café. Um café muito animador para um cara gordo como eu: Café, um pãozinho careca mixuruca, e manteiga. A vontade que eu tinha era de pegar uma arma e atirar no saco o primeiro que aparecesse (para vocês verem a raiva que eu tava).

Realidade: Deixar um gordo com fome é prejudicial a sua saúde

Sai para dar uma volta e relaxar após esse inicio desse dia “maravilhoso”. É claro que, passear por Breves sempre é uma grande aventura. Querem saber o que fiz o resto do dia? Quem sabe um dia conto essa historia.

Até amanha.

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